Internet assusta

16-05-2011 13:05

A Internet assusta.

 

 

Opa!

Aproveitando essa onda de disposição pra escrever, relato um fato ocorrido há pouco.

É mais comum do que parece se pesquisar no Google. Todo mundo já fez isso e todo mundo achou legal. A Internet e seus serviços cresceram a ponto de se tornarem essenciais. Se achar no Google é se sentir vivo, existente. E não é de hoje a máxima que diz “se não está no Google, não existe”.

Enfim, eu estou lá, pois uso Twitter e Facebook. Qualquer pessoa que usa qualquer rede social, que deixou qualquer comentário em qualquer blog está no Google. Mas particularmente este que vos escreve não está no Google somente por conta de comentários aleatórios ou perfis web-sociais diversos. Encontro nessa ferramenta de pesquisa algumas partes do meu passado e um pouco do meu presente. Marcas digitais que deixei quando lidava mais com computadores e algumas coisas que escrevi recentemente.

É claro que o susto que motiva esse texto não está na presença dessas informações, mas em perceber como elas viajam sem nem se notar. Silenciosa e sorrateiramente como um inseto que se enfia nos menores buracos e somem como se fosse pra sempre.

Isso aconteceu pela primeira vez em 2006, ao encontrar esse link aqui: https://www.orecado.org/2006/06/perguntas-super-interessantes-sobre-software-livre/. Trata-se de uma reprodução de respostas minhas em uma aula de Ética ministrada pelo caríssimo Professor Francisco Antônio de Andrade Filho, como parte de um trabalho para o curso Hackerteen, no qual sou formado.

Ao virar mais algumas página da busca, encontrei um trecho daquele meu texto sobre o Flamengo, de novembro/2009, num trabalho (por sinal, muito bom) da amiga Viviane Oliveira Souza, devidamente citado. Não preciso dizer o quanto fiquei lisonjeado e grato pelo reconhecimento, mas também bem impressionado de encontrar o texto assim, num trabalho acadêmico.

Mas o que realmente me assustou foi encontrar um post meu do Facebook em 11 contas diferentes do Twitter e algumas do Facebook. Na ocasião, postei o seguinte: Existia o Rock in Rio. Aí deixou de ser in Rio. Quando voltou a ser in Rio, deixou de ser Rock. Muitas pessoas se identificaram com isso. Fico feliz de ter posto de uma maneira interessante. Mas ver esse texto correr assim me espantou.

Isso tudo porque sou só mais um com um teclado na mão. Imagina como deve ser para alguém famoso? Imagina encontrar textos, ou citações suas, nos mais profundos porões da Internet. Ver suas palavras, seus feitos, suas obras se multiplicando em níveis assustadoramente fora de qualquer coisa que você jamais imaginou.

A Grande Rede é um invento fantástico, divertido, importante e poderoso. Mas é justamente nesse poder que mora o perigo. É uma quantidade imensa de pessoas, logo, opiniões, culturas e filosofias diferente clicando por aí.

É preciso, e todos já cansaram de ouvir/ler isso, ter muito cuidado com o que se divulga, o que se faz, etc., etc. É realmente uma imitação da vida em zeros e uns; não é preciso deixar de sair de casa, de viver, de curtir as coisas boas, mas inevitavelmente precisa-se ter cuidado com ‘onde se vai’, ‘o que vai ser feito’, blá, blá e blá.

A informação vai e vem. Num dia fica lá e muita gente vê, noutro dia se esconde e volta sem ninguém se dar conta. Mas sempre volta.

Então vamos continuar fabricando informação, mas com limites. Eu sei que menos de 1% delas realmente farão diferença na vida de alguém, mas é parte da brincadeira. Então muito cuidado com a foto que você põe no Facebook, ou o que você escreve no Twitter. Você pode estar se expondo mais rápido do que imagina.

Em tempo: Não fico nada chateado com as citações. Nem um pouco. Pelo contrário, em havendo a devida referência, como há em todos os casos, fico profundamente feliz. Espero que isso esteja claro.

Abraços.

* Texto retirado do blog Não Há de Quê

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